Direito de resposta
Cumprindo o direito de resposta que me está concedido, venho por este meio responder aquilo que gostaria que me dirigissem. Gostaria que dissessem que sou um sacana, um desmiolado, um inconsequente, um incongruente, uma criança, um totó, um pé rapado, um verdadeiro borra-botas, enfim, um zé-ninguém. Gostaria que alguém me dissesse isso publicamente para eu poder também responder publicamente. O objectivo é ocupar espaço útil com escritos quase inúteis. Começaria mais ou menos assim: Fazendo uso de um direito de resposta que me está consagrado pela Constituição da República Portuguesa venho por este meio responder a fulano-de-tal pelas difamações proferidas em relação à minha humilde pessoa. E continuaria com: Blá, blá, blá. Depois, porque a pessoa que me insultou também tem o seu direito consagrado na Constituição Portuguesa, viria ela também pelo mesmo meio responder à minha resposta que, do seu ponto de vista, teria sido injusta, manipulada, infundada e pouco comedida. Claro que eu não me iria ficar e continuaria a fazer-me usar do direito instituído para responder à resposta dada à minha resposta que por sua vez tinha sido resposta a um insulto inicial. E por aí adiante.
Estou a ficar sem paciência, e, pressuponho, que como eu todos os outros leitores, para aturar e ler tantas respostas de respostas, na imprensa regional e nacional, sem qualquer interesse ou valor acrescentado do ponto de vista da minha evolução ou da evolução da humanidade. Tudo bem, uma pessoa ou associação tem o direito de se defender mas, se for esse o caso, defendam-se como machos e deixem-se dessas fífias gramaticais que já ninguém entende. Um gajo se quer mandar o outro abaixo de Braga manda-o directamente e sem rodeios, não anda para aí a colar palavrinhas de dicionário. Há que ser directo. Há que ser capaz de fazer o leitor sentir a gana que lhe vai no peito. Há que escrever como se falasse ou gritasse. Há que usar de palavrões se não tiver jogo de cintura para outra coisa qualquer.
Quem está a ler um direito de resposta deve ser levado a sentir e imaginar, sem o mínimo esforço, os perdigotos de saliva a esvoaçarem juntamente com os insultos escritos, ali juntinhos à cara. Deve sentir o hálito de quem escreve a desconcertar-lhe o nariz e o raciocínio. Deve ser capaz de se aperceber, sem qualquer equívoco, que o assinante do direito de resposta está a transpirar e quase a entrar em colapso cardíaco. Deve aperceber-se da espuma no canto da boca do escritor. Deve ter uma imagem do agredido por escrito a borrar-se todo. Deve ser induzido a sentir quando aquilo já está a dar pancada velha. Deve ler nas palavras os primeiros esguichos de sangue, as primeiras cabeças e as pernas partidas, as primeiras orelhas penduradas e olhos fora de órbita, os cabelos arrancados, os dentes e os pedaços de gente pelas valetas. Os direitos de resposta escritos devem ser meritórios ao ponto de provocar tanta ansiedade no leitor que quando este “dá por si” está já com o telefone na mão a chamar os bombeiros. É assim. Toda a escrita devia ser assim, criativa. Os direitos de resposta devem ser assim ou então não valem a pena. Eu acho!
Estou a ficar sem paciência, e, pressuponho, que como eu todos os outros leitores, para aturar e ler tantas respostas de respostas, na imprensa regional e nacional, sem qualquer interesse ou valor acrescentado do ponto de vista da minha evolução ou da evolução da humanidade. Tudo bem, uma pessoa ou associação tem o direito de se defender mas, se for esse o caso, defendam-se como machos e deixem-se dessas fífias gramaticais que já ninguém entende. Um gajo se quer mandar o outro abaixo de Braga manda-o directamente e sem rodeios, não anda para aí a colar palavrinhas de dicionário. Há que ser directo. Há que ser capaz de fazer o leitor sentir a gana que lhe vai no peito. Há que escrever como se falasse ou gritasse. Há que usar de palavrões se não tiver jogo de cintura para outra coisa qualquer.
Quem está a ler um direito de resposta deve ser levado a sentir e imaginar, sem o mínimo esforço, os perdigotos de saliva a esvoaçarem juntamente com os insultos escritos, ali juntinhos à cara. Deve sentir o hálito de quem escreve a desconcertar-lhe o nariz e o raciocínio. Deve ser capaz de se aperceber, sem qualquer equívoco, que o assinante do direito de resposta está a transpirar e quase a entrar em colapso cardíaco. Deve aperceber-se da espuma no canto da boca do escritor. Deve ter uma imagem do agredido por escrito a borrar-se todo. Deve ser induzido a sentir quando aquilo já está a dar pancada velha. Deve ler nas palavras os primeiros esguichos de sangue, as primeiras cabeças e as pernas partidas, as primeiras orelhas penduradas e olhos fora de órbita, os cabelos arrancados, os dentes e os pedaços de gente pelas valetas. Os direitos de resposta escritos devem ser meritórios ao ponto de provocar tanta ansiedade no leitor que quando este “dá por si” está já com o telefone na mão a chamar os bombeiros. É assim. Toda a escrita devia ser assim, criativa. Os direitos de resposta devem ser assim ou então não valem a pena. Eu acho!
2 Bocas:
Mandar-te abaixo de Braga,será o quê?
Mandar-te a StªEufémia?
Acho que se pedires muito, a primeira parte resolve-se com facilidade...aliás, nem precisas de pedir assim tanto.
- Onde queres mesmo que seja publicado? ;-)
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